Nordés

Era sábado à noite e cheguei ao 120, vindo de um jantar na taberna do Manel Vina nas Cruzes. Para quem conhece o restaurante, sabe que o resultado final de lauto repasto deveria ser percorrer os km que distam as Cruzes das Caldas a pé para desmoer. Ora, como estamos no séc XXI e o automóvel se superiorizou às solas dos sapatos, o meio de locomoção usado nesse dia não passou pelo Albino das solas. Assim, cheguei ao meu amigo Paulo Mendes, assim como que enfartado. Passados os cumprimentos da ordem, passámos ao que nos leva todos os fins de semana em romaria ao 120, a escolha do gin a beber nessa noite. Como eu não me decidia, o Mendes pergunta:
"O que é que jantaste?" - na tentativa de encontrar um gin que me ajudasse a cumprir melhor a função digestiva. Ao que eu respondi:
"Epá, comi entremeadas, mas um gin com entremeada não me vai cair muito bem".

Risadas passadas, o Mendes presenteia-me com este magnífico gin adicionado de uma folha de louro e de uma uva e devo dizer que fiquei extremamente bem impressionado e agradado com o sabor. Este é o primeiro Gin totalmente galego e é elaborado a partir de uma destilação de vinho alvarinho (do vinho e não do mosto) e ervas próprias dos campos e bosques da região. 

As ervas que o compõem são o zimbro, hibisco, erva-cidreira, loureiro, ligeiras lâminas de casca de limão, eucalipto, sálvia, um quase nada de menta, cardamomo, quinina, gengibre, alcaçuz, erva linaria á qual, desde a antiguidade se lhe atribui efeitos afrodisíacos!… (assim tipo viagra), erva de namorar com o nome científico de “ameria pubigera” (penso que não terá nada a ver com a zona púbica) e algas da costa galega.

É fabricado pela empresa Aguardientes de Galicia e um dos seus autores é o sommelier Xoán Cannas (do Restaurante Pepe Vieira Camiño da Serpe).

Este Gin pode-se beber com um twist de laranja, louro e uva alvarinha, pois vão realçar os principais aromas que o constituem.